
Esta coleção é composta por 6 livros, tamanho 16 x 16cm, em folha cartonada, pontas arredondadas, 16 páginas.
E é a minha primeira aventura desenvolvendo um projeto completamente autoral!






Como nasceu esta coleção?
Esta coleção nasceu das rodas de conversa e de leitura com meus alunos de Educação Infantil e também de reflexões com a equipe da creche que dirigi. Além disso, observava meus sobrinhos em casa e na escola e me incomodava o tipo de livro oferecido a esta faixa etária. Foram muitos anos de gestação deste projeto, que possui claras intenções pedagógicas e que ao mesmo tempo não abandona o cuidado estético e artístico, afinal o olhar pedagógico não deve nunca andar descolado das preocupações éticas e estéticas.
É visível no Brasil a quase inexistência de livros de autores nacionais interessados em dialogar com sinceridade e cuidado com as crianças entre zero e quatro anos. O que percebemos é uma enxurrada de livros-brinquedo com pouquíssimo cuidado na concepção de seus textos e imagens. Além, é claro, de esta produção ser majoritariamente internacional. Se as demandas da educação infantil só fazem crescer, por que ainda temos tão pouco material nacional de qualidade para os primeiros contatos com o objeto livro? Por que este contato dos bebês com os livros se dá a partir de imagens que falam de outros povos e paisagens?
Com estas reflexões nasceu a Coleção Primeira Infância, composta de textos curtos e simples, que dialogam com a rotina da criança brasileira e que foram pensados para gerar uma série de atividades e vivências nos espaços de educação infantil, sejam estes espaços a escola ou a família.
A criação das imagens:
As ilustrações procuraram fugir do clichê dos corpos anatomicamente idealizados que ainda povoam os livros didáticos. As imagens foram feitas a partir da observação da movimentação dos alunos da creche onde a autora trabalhava e também de seus sobrinhos. Barrigas gordinhas que fogem de dentro da camisa, cabeças grandes, pescoços escondidos em dobrinhas, movimentos desengonçados próprios de quem está aprendendo a dialogar com o próprio corpo e a se relacionar com o espaço. Corpos e movimentos infantis reais, mas que deram margem a técnicas simples de colorir que a autora sempre usou nas suas aulas com os pequenos e nas suas oficinas com professores e cuidadores: muita tinta, muita pintura a mão, muito rabisco, muito recorte e colagem, muita exploração de formas simples. Afinal, esta é uma coleção que pensa a primeira infância em movimento, em uma rotina plena de vivências. Não é uma coleção didática para pensar a criança passiva e sem voz. Nosso principal objetivo é pensar e apoiar a primeira infância e suas complexidades e o quanto a arte pode proporcionar vivências imprescindíveis para esta fase da vida, desenvolvendo habilidades indispensáveis para uma vida autônoma, pensando a criança como um agente do presente. Ela não será. Ela já é.
Outros pontos importantes na leitura desta coleção:
Ambiência: Esta coleção tem como cenário prioritariamente o espaço escolar: creche e pré-escola. Todas as histórias partem de vivências nestes espaços. Embora este cenário apareça de forma discreta visualmente falando, ele é a motivação de todos os enredos. Pensei na minha vivência como educadora e na carência de um material que pense esta criança que hoje praticamente nasce dentro da escola. Assim, com desenhos rápidos e simples, tracei um cenário bem discreto, mas que está presente em cada livro. Como nesta fase é importante que a criança tenha acesso a imagens simples, concretas e com elementos de repetição, o cenário aparece apenas de forma sugerida para garantir uma leitura limpa e clara da mensagem principal de cada livro: a movimentação das crianças brincando, pintando, felizes!
Uso das cores: A ilustração dos livros obedece às três cores primárias: amarelo, vermelho e azul. Na Educ. Infantil, quando trabalhamos as cores, começamos por estas três. Inclusive, uma brincadeira muito comum é fazer o “dia” de cada uma delas. Por exemplo: em um dia, todas as crianças vão para a creche vestidas de vermelho, os espaços ficam enfeitados de vermelho etc… A divisão dos livros por cores pode suscitar muitos trabalhos com as crianças neste sentido.
Indicação de faixa etária: Criei etiquetas de indicação de faixa etária e as dividi por cores, de acordo com cada livro. As mesmas cores das etiquetas preponderam em seus livros correspondentes. Mas, atenção: esta é apenas uma orientação de leitura e não uma regra rígida para atrapalhar o acesso ao livro por parte dos pequenos. Esta é uma coleção para libertar e não para restringir.


